Arthur Conan Doyle
Sir Arthur Ignatius Conan Doyle, (Edimburgo, 22 de Maio de 1859 — Wildlesham, 7 de Julho de 1930), mais conhecido como Arthur Conan Doyle, foi um escritor britânico, mundialmente famoso por suas 60 histórias sobre o detetive Sherlock Holmes, consideradas uma grande inovação no campo da literatura criminal. Foi um escritor prolífico cujos trabalhos incluem histórias de ficção científica, novelas históricas, peças e romances, poesia e obras de não-ficção. Espiritismo: Conan Doyle, no ano de 1887 trava seu primeiro contato com o espiritismo, iniciando neste mesmo ano, junto ao seu amigo Ball, arquiteto de Portsmouth, sessões mediúnicas que o fizeram rever seus conceitos. Sua obra literária, então, ganha notoriedade, atingindo milhares de leitores. No auge da fama, em 1918, enfrenta todos os céticos e publica A Nova Revelação, obra em que manifesta sua convicção na explicação espírita para as manifestações paranormais estudadas a esmo durante o século XIX, e inicia uma série de outras, em meio a palestras sobre o tema. Sua convicção foi além: para receber o título de Par (Peer) do Reino Inglês, foi-lhe imposta a condição de renunciar às suas crenças. Confrontando a todos, e ao sectarismo vigente, permaneceu fiel à fé que abraçara, e que acompanhou até seus últimos dias. Foi Presidente Honorário da Federação Espírita Internacional, Presidente da Aliança Espírita de Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciência Espírita. Dentre suas obras, destacam-se os dois volumes de "A História do Espiritismo", pormenorizado estudo sobre a história dos movimentos espiritualista anglo-saxônico e espírita francês. A Grande Guerra Boer: Em 9 de Agosto de 1902 Arthur Conan Doyle foi nomeado cavaleiro pela sua importante participação na Guerra Boer. Trabalhou na linha de frente da batalha como cirurgião, e foi elogiado pelos compatriotas pela coragem e determinação na prestação de socorro. Regressando à Inglaterra escreveu um livro escolar com o título A Grande Guerra Boer.
Muitas crianças acreditam em Papai Noel, já os adultos acreditam em Sherlock Holmes, vivendo em sua casa e estúdio em 21b, Baker Street. Mas na verdade o endereço, hoje ocupado por uma associação sherlockiana, recebe milhares de cartas todos os anos pedindo ajuda e conselho ao grande criminólogo. O sucesso do detetive criado em 1887 (Um estudo em vermelho) pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle, foi tão grande e profundo que até quando ele "morreu" em O problema final, o autor teve de inventar uma saída para fazê-lo ressurgir, face à comoção do público. A essa altura, grupos associações, sociedades de estudiosos e cultores Holmesianos espalhavam-se por todo o mundo, constituindo centenas de milhares de fãs quase que dependentes das aventuras do maior gênio dedutivo de todos os tempos. Doyle teria baseado seu investigador no seu antigo professor, Dr. Joseph Bell, da Escola Médica de Edimburgo, famoso pelo seu poder dedutivo. Outras características são profundamente enraizadas na época - Os crimes de Jack, o estripador aconteceram em 1888 - explicando em parte a grande identificação popoular com o personagem. Holmes era um machista e misógino de primeiríssimo time, sempre desconfiando e desprezando as mulheres. Suspeitamente, dividia suas peripécias com a permanente companhia do amigo, médico e seu biógrafo, Dr. Watson. Por isso, também, não tinha que se preocupar com seu esporte preferido: a cocaína, considerada um "droga recreativa" pela legislação da época. Outro de seus prazeres era o violino, que tocava virtuosamente. Esses dois hábitos ajudavam-no a relaxar e refletir poderosamente, de forma que nenhuma pista lhe escapava. Nunca houve, nem haverá, dirão seus seguidores, igual capacidade de dedução e observação, além de uma incrível cultura funcional: Holmes dedicava-se, também, a estudos aprofundados e monografias sobre pegadas, manchas, impressões, tipos de cinzas de charutos e outros assuntos que sempre se revelaram fundamentais para a captura de criminosos ou solução de enigmas. Por aí, ele pode ser considerado um precursor da moderna criminologia científica.
EDGAR ALLAN POE
Boston, 19 de Janeiro de 1809 — Baltimore, 7 de Outubro de 1849. Foi um escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor americano. Poe é considerado, juntamente com Júlio Verne, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Voluntarioso, irresponsável, bêbado e amaldiçoado. A curta vida de Edgar Allan Poe foi tão ou mais tortuosa que sua obra. Esta, entretanto, atingiu um público em escala planetária e se projetou no futuro. Poe é um dos autores que influenciou mais artistas em todo mundo e seus livros são precursores em vários gêneros, que ele ajudou a se tornarem verdadeiramente literatura. O macabro, o mistério, a ficção mostram-se como extensões da natureza humana, que o escritor americana capta genialmente e reverte numa poesia vigorosa, estarnha, sombria, que retarta as anomalias da alma, onde as alucinações são tratadas com tal realismo que superam a própria normalidade. Seus personagens são inquietos, febris, em corpos frágeis e doentios, introvertidos e sensíveis, voltados para seus próprios devaneios e fantasias, isolados das pessoas normais (O Corvo, A queda da casa de Usher, O caso do Sr. Valdemar, O enterro prematuro). Poe também é atraido pelas diversas manifestações do acaso, como jogos, charadas, criptogramas e situações "detetivescas" (O Escaravelho de ouro, Os crimes da rua Morgue). Interessado em ciências , seus poemas A Aventura sem par de um certo Hans Pfall e A Balela do balão, teriam influenciado Júlio Verne em cinco semanas em um balão. Identificado literariamente como um romântico tardio, Poe influenciou os simbolistas - em especial Baudelaire, que escreveu sua biografia - Mallarmé, Rimbaud, Valéry; e destes, sua herança é reclamada até aos surrealista. Romancistas o citam como influência principal, desde Maupassant até Oscar Wilde; podemos sentir Poe ressoando em Kafka, Jorge Luís Borges, em Augusto dos Anjos e Campos de Carvalho. Ravel dizia que sua técnica musical devia a Poe; Conan Doyle calcou seu Sherlock Holmes no Dupin de Poe, e H.G. Wells foi seu discípulo na ficção ciêntifica. Poe era filho de um casal de atores fracassados. Morreu em Baltimore, de uma grande bebedeira, aos 40 anos. Em sua vida foi perseguido por uma série de azares, órfão prematuro, abandonado pela namorada, expulso de faculdades e academias por jogar e beber demais. Gêneros: As obras mais conhecidas de Poe são Góticas, um gênero que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por tapocrifação, a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, o qual Poe fortemente não gostava. Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes. Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do rídiculo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da conformidade cultural. De fato, "Metzengerstein", a primeira história que Poe publicou, e sua primeira incursão em terror, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o gênero popular. Poe também reinventou a ficção científica, respondendo na sua escrita às tecnologias emergentes como balões de ar quente em "The Balloon-Hoax". Poe escreveu muito de seu trabalho usando temas especificamente oferecidos para os gostos do mercado em massa. Para esse fim, sua ficção incluiu muitas vezes elementos da popular pseudociência, como frenologia e fisiognomia. Teoria literária: A escrita de Poe reflete suas teorias literárias, que ele apresentou em sua crítica e também em peças literárias como "The Poetic Principle". Ele não gostava de didaticismo e alegoria, pois acreditava que os significados na literatura deveriam ser uma subcorrente sob a superfície. Trabalhos com significados óbvios, ele escreveu, deixam de ser arte. Ele acreditava que o trabalho de qualidade deveria ser breve e concentrar-se em um efeito específico e único. Para isso, ele acreditava que o escritor deveria calcular cuidadosamente todos sentimentos e idéias. Em "The Philosophy of Composition", uma peça na qual Poe descreve seu método de escrita em "The Raven", ele afirma ter seguido estritamente este método. Porém, foi questionado se ele realmente seguiu esse sistema. T. S. Eliot disse: "É difícil para nós lermos esta peça sem pensar se Poe escreveu seu poema com tanto cálculo, ele poderia ter pego um pouco mais de dores sobre isto: o resultado dificilmente tem crédito ao método". O biógrafo Joseph Wood Krutch descreveu a peça como "um exercício um tanto engenhoso na arte de racionalização".
H. G. WELLS
Fontes:
Texto: Revista TVA/maio 1997
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